Publicado em: 19/09/2023 21:01:00
Os padres da Região Pastoral Mariana Leste, da Arquidiocese de Mariana, tomaram conhecimento, nesta terça-feira, 19, das novidades trazidas pela tradução da terceira edição do Missal Romano, que começará a ser usado na liturgia a partir do dia 3 de dezembro. A formação aconteceu no Chalé do Turvo, município de Guaraciaba (MG), onde os padres se reuniram desde segunda-feira, 18, para uma confraternização sob a coordenação dos representantes dos presbíteros na Região, padres João Paulo da Silva e Francisco Maria de Castro Moreira.
A tradução da nova edição do Missal foi aprovada pela Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 2 de setembro do ano passado e confirmada pela Santa Sé no dia 17 de março de 2023. Seu lançamento oficial ocorreu nesta terça-feira, na sede da CNBB, durante a reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) “A finalidade desta terceira edição é incorporar no Missal as disposições litúrgicas e canônicas desde a sua segunda edição típica de 1975”, explicou o doutor em Liturgia, padre Geraldo Dias Buziani, que assessorou o encontro.
“O Missal Romano é fruto do desejo da Igreja de realizar a reforma geral da liturgia para permitir ao povo cristão um acesso mais seguro à abundância de graça que a liturgia contém” explicou o assessor, citando o Concílio Vaticano II. Buziani, antes de apresentar o Missal, fez breve exposição sobre liturgia, enfatizando a reforma litúrgica promovida pelo Concílio Vaticano II e destacando o que se celebra com o Missal.
O assessor retomou a história do Missal Romano, lembrando que, nos primeiros séculos da Igreja, o que prevalecia era a improvisação. “O Missal Romano funda suas raízes nos primórdios do cristianismo, num tempo marcado ainda pela improvisação litúrgica”, observou. "O missal ensina a gramática da oração: o que é a oração do cristão, a quem dirigir a oração, como ela se formula, o que pedir”, acrescentou.
Ele destacou, na história dos Missais, o de Pio V, publicado em 1570, no contexto do Concílio Tridentino, bem como o de João XXIII, publicado em 1962, além do de Paulo VI, publicado após o Concílio Vaticano II, em 1970, tendo sua segunda edição cinco anos depois, em 1975.
“No ano 2000, temos, com João Paulo II, a terceira edição do Missal Romano, publicada em 2002 e revisada em 2008”, explicou padre Buziani. A tradução desta nova edição cujo uso passa a ser obrigatório a partir de 3 de dezembro, primeiro domingo do Advento, demorou cerca de 15 anos e foi realizada pela Comissão Episcopal para Textos Litúrgicos (CETEL) da CNBB, da qual fez parte Dom Geraldo Lyrio Rocha, falecido no último dia 26 de julho.
Padre Buziani enfatizou a palavra do Papa Francisco sobre o Missal Romano a ser usado na liturgia. "“Os livros litúrgicos promulgados pelos santos pontífices Paulo VI e João Paulo II, em conformidade com os decretos do Concílio Vaticano II, são a única expressão da lex orandi do Rito Romano", recordou.
Mudanças
Segundo Buziani, a tradução desta nova edição do Missal observou a fidelidade ao latim e ao português, buscando mais o sentido da palavra do que a literalidade do texto. “Observou-se a proximidade cultural bem como a qualidade na proclamação, sonoridade e poesia”, comentou.
O assessor apresentou algumas mudanças nas orações eucarísticas, nos prefácios, nas orações além do acréscimo de novos santos, com destaque para os brasileiros Santa Dulce dos Pobres, Santo Antônio de Santana Galvão, Santa Paulina, .
Explicou que a Instrução Geral do Missal Romano manteve inalterada a ordem dos capítulos, incluindo um nono capítulo, além de novos parágrafos em vários dos capítulos existentes.