Publicado em: 15/12/2022 17:47:00
Após caminhar em procissão pelas ruas do Bairro, o pároco, padre Geraldo Martins, acolheu a todos com muita alegria e entusiasmo, enquanto abençoava as velas que iluminaram a capela. Ao iniciar a celebração, Padre Geraldo destacou que quem tem a luz da fé não deve temer a escuridão do mundo. Pontuou, entretanto, que devemos rezar e buscar não somente a capacidade física de enxergar, mas também a de ver as dificuldades dos irmãos e ser solidários a eles.
Durante a homilia, o celebrante refletiu sobre o período histórico da vida de Luzia, informando que o imperador Dioclesiano perseguia implacavelmente os cristãos, que eram persuadidos a abandonar sua fé. Relatou que aqueles que não sediam às ordens superioras eram mortos cruelmente. Entretanto, muitos, como a Santa, se mantiveram firmes, testemunhando a fé em Jesus Cristo: “Manter a fé quando o vento é favorável é fácil, mas não quando há ventanias, trovões e tempestades. Mas Luzia, embora jovem, manteve-se firme até o fim”, sublinhou.
Sobre a vida de Luzia, o pároco refletiu sobre três pontos: a importância da família, do testemunho da juventude e do amor aos pobres. Sobre a formação crista recebida em sua família, o sacerdote pontuou que a família deve ser como uma igreja que transmite aos filhos os valores do Evangelho: “a família não pode terceirizar, ou seja, passar para outros, sua responsabilidade de educar os filhos na fé. Preocupa-me muito os pais que vem à Igreja em busca do sacramentos para seus filhos, mas depois desaparecem. Ensinem a seus filhos o valor da fé, do amor a Deus e aos irmãos. A fé aprendida em família é fundamental para que os filhos trilhem os caminhos do bem”, acentuou.
Sobre seu testemunho enquanto jovem, Padre Geraldo enfatizou que cedo em sua juventude, Luzia já tinha a clareza da importância de Deus em sua vida e tinha se consagrado a Ele: “Vivendo a castidade, encontrou em Deus a razão de sua vida. Entristece-me ver tantos jovens buscando nas festas e no sexo sem compromisso o sentido para suas vidas. Precisamos cuidar da nossa juventude e mostrar a nossos jovens o exemplo de Luzia como aquela que soube colocar sua vida em Deus, renunciando às coisas do mundo”, disse.
O último ponto defendido pelo pároco foi o desapego das coisas materiais vivenciado por Luzia: “Ela vendeu tudo o que tinha para dar aos pobres. Como é bonito ver uma pessoa desapegada que se preocupa em ajudar o outro. No Brasil temos milhões de pobres, pessoas em situação de rua, desempregadas, vítimas da violência ou passando fome. Precisamos lutar por políticas públicas que ajudem os pobres ter dignidade e não depender de esmolas, para que sejam sujeitos da própria história. Precisamos de políticas de moradia, de emprego, de combate à fome e à miséria. Jesus nunca deixou de defender os pobres. A nossa caridade não deve ser determinada por nós mesmos, mas pela necessidade do outro independentemente se esse outro é santo ou não, católico ou não, cristão ou não”, defendeu.
Para concluir, Padre Geraldo convidou a assembleia a refletir sobre o testemunho de Luzia, que a levou a derramar o sangue por causa de sua fé: “Muitas vezes, nós somos cristãos de acordo com a nossa conveniência. Queremos viver o Evangelho do nosso jeito, mas é o Evangelho que determina o nosso caminho. Não podemos ficar indiferentes em uma sociedade desigual, que faz com que milhões vivam na miséria e poucos vivam na fartura. Que Santa Luzia nos ensine a ter uma fé viva, fortalecida pelos verdadeiros valores do Evangelho”, finalizou.
Após a missa, os fiéis cantaram fervorosamente o hino da padroeira, fizeram suas orações e ao final, depois dos agradecimentos do coordenador Irineu, se reuniram nas barraquinhas para animados momentos de confraternização.