Publicado em: 16/12/2024 14:01:00
Durante nove dias, várias comunidades paroquiais estiveram presentes para participar da Celebração da Palavra que preparou para a grande festa, a última do ano entre todas as padroeiras e padroeiros comunitários. No dia 13, o pároco, Pe Geraldo Martins, acompanhou com os fiéis a procissão pelo bairro, rezando e cantando com eles.
Em seguida, acolheu a todos com alegria para a celebração da missa na capela e informou que nos anos anteriores a comunidade realizava um tríduo antes da festa, mas que este ano optou pela novena, o que, segundo ele, é motivo de muita alegria, pois revela amadurecimento na fé.
Também fez referência aos cartazes cuidadosamente preparados com os temas de cada dia da novena, os quais remetiam à missão de todo cristão que é viver e anunciar o Evangelho. Durante a homilia, recordou a história de vida de Santa Luzia, destacando que desde muito nova, ela se consagrou a Deus e viveu intensamente sua opção, se mantendo firme até o martírio.
O pároco reforçou que todas as pessoas são chamadas a se consagrarem a Deus no estado em que se encontram, seja como solteiros, casados ou na vida religiosa dos ministérios. “Consagrar-se ao Senhor significa viver de acordo com a sua Palavra e sua vontade. Significa ter Deus como a grande referência da nossa vida”, explicou.
Disse que Luzia ensina a seus devotos a determinação, a convicção, a coragem de viver com firmeza a fé no Senhor. “Às vezes, somos como folha seca que vai para onde o vento leva. Às vezes, nossa fé não se assemelha à de Luzia e diante da primeira dificuldade, desistimos ou mudamos de caminho”, lamentou.
“Luzia foi uma pessoa convicta, determinada. É assim que nós devemos ser também. Ter forte convicção que nasce da entrega ao Pai. Muitas pessoas afirmam ter fé, mas não têm determinação, pois falta intimidade com Deus”, defendeu.
Pontuou que muitas pessoas querem viver a fé de acordo com o que lhes convém: “Quando não é do jeito delas, colocam defeitos e rejeitam. Quantas pessoas consideram a Igreja burocrática e não se casam no religioso, só porque é necessário fazer uma preparação de alguns encontros. Se querem entrar com o cachorro na hora do casamento e não pode, falam mal da Igreja. Não aceitam que há regras”, disse.
“São pessoas que querem viver a fé de acordo com o mundo. Quando a Igreja defende os pobres, dizem que ela é comunista. Quando defende os direitos humanos, dizem que ela defende bandidos. Por isso devemos aprender com Luzia a não abrir mão das nossas convicções que nascem do Evangelho. É em Jesus Cristo que nos inspiramos. Ele é o nosso modelo, nossa referência”, sublinhou.
Padre Geraldo pontuou que na festa de Santa Luzia, devemos pedir a Jesus que nos dê a luz dos olhos para enxergar os irmãos pobres e necessitados, para ver tudo aquilo que os fazem sofrer e citou os dois últimos assassinatos cometidos no Bairro Amoras, em Viçosa. Disse que os tempos são difíceis, pois falta a luz da fé, da fraternidade, da esperança, do respeito e do amor entre as pessoas. “Há muita pobreza, porque muitos optam por viver na escuridão da ganância, do egoísmo, da corrupção e do consumismo”, acentuou.
O pároco também leu algumas palavras do Papa Francisco sobre a santa: “Luzia, a mártir de Siracusa, nos lembra com o seu exemplo que a mais alta dignidade da pessoa humana consiste em testemunhar a verdade, seguindo a própria consciência a qualquer custo, sem duplicidade ou compactuar. Isso significa estar ao lado da luz, servindo a luz, como o próprio nome 'Luzia' evoca”.
“Que Santa Luzia nos ajude a viver na transparência, na luz e na verdade. Que ela nos ajude a ver o mundo com os olhos de Cristo, com os olhos da compaixão, verdade, amor, perdão, solidariedade e justiça”, concluiu padre Geraldo.
Ao final da missa, foram prestadas homenagem à padroeira e o coordenador comunitário, Irineu, agradeceu a presença de todos os fiéis e a dedicação dos envolvidos na realização da novena e da festa. Após orações e louvores, houve confraternização e lanches.
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