Publicado em: 03/05/2022 18:58:00
A missa festiva foi celebrada pelo pároco, Padre Geraldo Martins, que destacou a importância da profissão de São José: “Como Jesus que era conhecido como o filho do carpinteiro, ainda hoje muitos filhos também são reconhecidos pela profissão do pai e isso é motivo de honra para muitos”, pontuou.
“Trabalho não é castigo, mas a nossa participação na criação do mundo. Quando fazemos algo, nossa vida fica impregnada naquilo que produzimos. O trabalho é elemento chave na construção da dignidade humana”, reforçou.
O pároco também refletiu sobre os exemplos deixados por José, já que, na Bíblia não há registrada nenhuma palavra dita por ele. “José é o homem do silêncio. Mas há dois tipos de silêncio, o da covardia e da omissão e o da humildade. José agia humildemente, sempre no silêncio, de modo a proteger Maria e Jesus; mas sempre fazendo a vontade de Deus”, disse.
Sobre o Evangelho que apresenta a pesca milagrosa depois de uma noite inteira de trabalho em vão, Padre Geraldo comentou: “Esse passar a noite toda pescando me faz pensar nos trabalhadores que passam a vida trabalhando, vão perdendo seus direitos e dignidade; e não conseguem, ao menos, uma casa para morar”.
O celebrante lamentou que no Brasil pessoas passem fome, sendo que o país é o segundo maior exportador de alimentos. Também mencionou as mudanças nas leis trabalhistas, que tanto prejudicam os trabalhadores, e a discriminação contra as mulheres.
“Mas Jesus nos mostra que se lançarmos as redes juntos, poderemos ter vitória em nossas lutas, abundância em nossas pescas”, sublinhou. “As redes significam os grupos organizados, os movimentos sociais, os sindicatos dos trabalhadores. A rede, a organização, é o que traz a certeza da vitória”, defendeu.
Sobre a primeira leitura, quando Pedro e os apóstolos dizem “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens” (Atos 5, 27-29), o pároco disse que “quando o trabalhador faz manifestações, greve e levanta a voz, lutando por seus direitos, muitos falam mal dele. Entretanto, a dignidade humana deve ser defendida como um valor do evangelho. Devemos obedecer a Deus em primeiro lugar e não podemos nos calar diante das injustiças sociais”, ressaltou.
“Peçamos a São José a graça de, fortalecidos pela experiência com o ressuscitado, não nos desanimarmos nas noites em que não pescarmos nada. Que saibamos lançar juntos a rede que pesca justiça, direitos humanos e igualdade, para que a nossa pesca seja abundante e vivamos na alegria e na paz”, concluiu.
Ao final da missa, Vicente Augusto de Castro, da Irmandade do Santíssimo, declamou um poema em homenagem ao trabalhador do campo. Em seguida, foi cantado os parabéns para os aniversariantes do mês e a coordenadora Cláudia agradeceu a presença dos fiéis e o trabalho dos voluntários. A festa foi encerrada com as delícias das barraquinhas.