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Festa de São José movimenta comunidade dos Nobres

O dia 1º de maio foi de intensa atividade na Comunidade São José, localizada na zona rural dos Nobres, para celebrar seu padroeiro, seguindo o tema do Ano Missionário. As demais comunidades da paróquia estiveram presentes para participar do tríduo, que antecedeu a festa, e também do encerramento.


Publicado em: 02/05/2024 13:02:00

Festa de São José movimenta comunidade dos Nobres

Às 16 horas, a imagem de São José foi acolhida com carinho pelos fiéis em sua capela, após a procissão, para a santa missa concelebrada pelo pároco, Pe Geraldo Martins, e pelo Pe João Batista Barbosa. Além de homenagear São José, a missa fez memória de todos aqueles que morreram na luta por direitos trabalhistas.

Após a leitura do Evangelho,  Pe Geraldo discorreu sobre a origem do Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, celebrado anualmente no dia 1º de maio. Explicou que a data remete à luta histórica dos trabalhadores para conquistar melhores condições de trabalho, a partir do movimento grevista realizado por trabalhadores estadunidenses em Chicago, em 1886. Também falou do movimento de outros homens e mulheres que foram perseguidos e vitimados em decorrência de sua luta por dignidade e melhores salários.

Disse que a Igreja sempre reconheceu a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, como mostram os documentos da Doutrina Social. “Por isso, São João Paulo II dizia que o trabalho está acima do dinheiro e o que vale é a pessoa”, acrescentou.

O pároco lamentou que, frequentemente, muitas pessoas não entendam os instrumentos de mobilização, como é o caso das greves. Também refletiu sobre as empresas, inclusive de  propriedade de pessoas católicas, que não pagam horas extras ou não as registram em banco, não assinam carteira ou pagam à mulher um menor salário que ao homem, embora ambos desempenhem a mesma tarefa. Ou seja, não cumprem a lei. “E olha que a lei nem é tão justa assim”, defendeu. 

Pe Geraldo enfatizou que o cristão não pode se conformar com as injustiças cometidas contra os trabalhadores e as trabalhadoras e pontuou que o trabalho dignifica o ser humano: “O trabalho não é um castigo, mas uma forma de participar da criação divina. E porque constrói o mundo, cada trabalhador é um artista”, falou. 

Explicando o evangelho, fez referência a Jesus que é citado como ‘o filho do carpinteiro’ e disse que Mateus 13, 55-57 é o único trecho bíblico que menciona São José como carpinteiro. Também informou que foi o Papa Pio XII, em 1955, que nomeou São José como o padroeiro dos trabalhadores.

“São José era um artesão e as nossas mãos são símbolos do nosso trabalho. Somos orgulhosos de  nossos trabalhos, pois por meio deles cumprimos o projeto de Deus. Quantas lembranças nossos entes queridos deixaram nas coisas que suas mãos produziram”, partilhou.

Destacou que a Bíblia não diz se Jesus também teria sido um carpinteiro, mas ele acredita que sim: “Ele deve ter sido um artesão. Certamente aprendeu a fazer muitas coisas bonitas com o pai”, defendeu. “Que São José ensine a todos nós o valor e a dignidade do trabalho humano e que lutemos para eliminar toda forma injustiça que é cometida contra os trabalhadores”, concluiu.

Ao final da missa, a coordenadora comunitária, Cláudia Patrícia da Cunha, agradeceu a presença de todos e o trabalho dos que contribuíram para a realização da festa. Em seguida, convidou Dona Rita Rodrigues para proferir algumas palavras. Essa senhora foi moradora da comunidade e principal colaboradora da construção da capela de São José, décadas atrás.

Terminada a missa e prestadas as devidas homenagens ao padroeiro, os fiéis se reuniram na área externa para partilha de lanches e caldos, embalada por um animado forró.

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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