Publicado em: 29/06/2021 17:22:00
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou, na tarde de ontem, 28 de junho, seu apoio à mobilização dos povos indígenas na luta pelos territórios. O bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, falou aos indígenas acampados na Esplanada dos Ministérios e ressaltou que “resistir é preciso, é preciso garantir direitos”, questionando os destinos do país que não garante a proteção prevista na Constituição Federal.
“Se nós não somos um país que pode confiar sequer na garantia e na proteção dada pela sua lei maior, onde é que nós vamos?”. Dom Joel ressaltou que a proteção aos povos indígenas não é algo próprio de um governo ou de outro, “mas é uma questão de Estado, é uma questão de país. Que Brasil, afinal de contas, nós precisamos, queremos e pelo qual batalhamos?”, indagou o bispo, motivando que as lideranças e comunidades não desanimem.
Também participaram da visita o arcebispo de Porto Velho (RO) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Roque Paloschi; o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e secretário da Comissão Especial sobre a Mineração e a Ecologia Integral da CNBB, dom Vicente de Paula Ferreira; a secretária executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil), irmã Maria Irene Lopes dos Santos; e o assessor político da CNBB, padre Paulo Renato Campos.
Ao lado da vida
Dom Vicente Ferreira ressaltou e quis renovar o compromisso por nenhuma gota a mais de sangue indígena derramada pela terra. O bispo destacou a necessidade de lutar e garantir os direitos dos povos indígenas, e acabar com as violações.
“Se usarmos ou pisarmos no sangue de vocês, nós vamos ter que prestar contas a Deus. E, nesse momento, onde os projetos de morte são muito claros, e os de vida também, não tem como a gente ficar em dúvida na hora da opção. Deus vai exigir de nós ‘de qual lado vocês estiveram, da vida ou da morte?’. E por isso que estou em paz aqui, porque estar com vocês é estar do lado da vida”, destacou dom Vicente.
O bispo também criticou a atuação governamental ao incentivar, com o discurso da geração de emprego e do desenvolvimento, a mineração, o garimpo ilegal e conflitos, “simplesmente para acabar com vocês e com a nossa mãe terra”.
Fonte: CNBB
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