Publicado em: 24/06/2023 09:16:00
Padre José Raimundo trouxe consigo o sacerdote emérito Padre Antônio Monteiro, natural de Brás Pires, que também atua em Porto Firme. Padre Antônio que, com quase 90 anos, tem uma memória excelente e “disposição de um menino”, como relata o pároco padre Geraldo Martins. Ele é sobrinho de Miguel Umbelino, que dá nome ao campo de futebol localizado na Violeira, em Viçosa.
Padre José Raimundo que, pela primeira vez presidiu uma missa na igreja de São João Batista, estudou por três anos no curso de Letras da UFV, mas quando entendeu que suas letras eram as do verbo de Deus, deixou o curso para ingressar-se no Seminário de Mariana. Também atuou como missionário em Itacoatiara, no Amazonas.
O celebrante destacou que a Liturgia da Palavra apresenta Jesus ensinando seus apóstolos a rezar: “O Pai-Nosso é uma verdadeira escola de oração para nossa prática Cristã, principalmente em relação aos que mais necessitam”, disse.
Explicou que os discípulos pediram a Jesus que os ensinasse a rezar, pois viam ele e João Batista rezando. “O Pai-Nosso, ao mesmo tempo em que é uma oração tão simples, acessível a todos e de fácil memorização, é muita profunda e abrangente”, observou.
Enfatizou que a fome nos tempos atuais tem origem no pecado da humanidade, que usa até mesmo o nome de Deus para concentrar rendas e justificar injustiças. “Só partilha quem está imbuído do Espírito Santo. É preciso que a gente acredite que esse mundo pode ser melhor com a justiça do reino, com a justiça do Evangelho”, defendeu.
Sobre o tema proposto para esse 8º dia, “Dai-lhes vós mesmos de comer”, lembrou que Jesus nasceu em Belém, que significa “casa do pão” e sublinhou: “É inadmissível celebrarmos a Eucaristia e não partilhar o pão. Como dizia nosso Santo Dom Luciano, ‘enquanto tiver alguém passando fome na comunidade nossa Eucaristia não está completa’. Precisamos também do pão da alegria, da amizade, da alegria, do companheirismo”.
Destacou que a oração ensinada por Jesus é de intimidade com o Pai. “No Pai-Nosso, o pão e o perdão estão juntos. É tão bonito ver que Deus criou tudo que seus filhos precisavam. Não deixou nada faltar. Como uma mãe que não deixa faltar nada para o nascimento de seus filhos, Deus preparou tudo antes de criar o homem e a mulher”, pontuou.
“Para que possamos partilhar o pão material e espiritual, precisamos ter um coração sensível. A vontade de Deus é vida plena para todos. Eu peço todo dia que Deus me converta e me liberte de todo egoísmo, prepotência e autossuficiência que me impede de servir os outros. Celebrar a novena do padroeiro é uma graça, pois honramos não só a vida do santo, mas também a vida de toda a comunidade, que oferece o melhor para o reino de Deus”, concluiu.
Na procissão do ofertório a comunidade apresentou ao altar suas fomes e necessidades: comida, amor, instrução e estruturas físicas, como a ponte que falta para ligar o Bairro São José à Avenida São João Batista.
Após a missa, os sacerdotes interagiram com o povo nas barraquinhas, onde também saborearam deliciosas comidas. Como nas noites anteriores, o forró foi animado e colocou muita gente para dançar, enquanto outros se divertiam no bazar ou na barraquinha do bingo.