Publicado em: 15/04/2022 21:09:00
Refletindo sobre a liturgia que apresenta a libertação do povo da escravidão no Egito, Padre Geraldo falou sobre os tempos atuais onde o povo ainda é escravizado pelo pecado social, por uma economia que estimula o consumismo desregrado, que valoriza a pessoa pelo que tem e não pelo que é. Também por políticas que favorecem a quem está no poder, retiram direitos dos pequenos e não atendem às necessidades dos mais vulneráveis.
A partir do evangelho narrado por João, o pároco refletiu sobre o gesto de Jesus ao lavar os pés de seus discípulos: “Lavar os pés significa fazer-se servidor dos menores, dos que vivem na vulnerabilidade social e espiritual. Lavar os pés significa servir a quem precisa, independentemente se eles merecem ou não. O serviço gratuito nasce do amor e só o amor nos faz abaixar diante de nossos irmãos e irmãs, para servir”, sublinhou.
“O amor serviçal se traduz também no gesto do Cristo que se faz alimento para nós, instituindo a Eucaristia. É o alimento que nos fortalece, compromete e nos coloca em comunhão com os irmãos e irmãs. Comungar o corpo e sangue de Jesus só tem sentido se nos comprometemos com o seu projeto, lutando pelas causas pelas quais Ele deu a vida”, defendeu.
Discorrendo sobre a missão do ministro ordenado, ponderou: “O sacerdote é ordenado para ser instrumento de Deus; para consolar, perdoar e alimentar o povo; para apontar caminhos e distribuir ternura. Mas cada um que recebe o batismo se torna também sacerdote”, explicou.
“Como eu gostaria de repassar esta lição do Cristo com o meu testemunho e exemplo, mais do que com as palavras. Como eu gostaria de ser o primeiro praticante do que acabei de dizer. Como eu gostaria de ser, pelo ministério que me é confiado, o primeiro a amar, servindo e lavando os pés. Que, fortalecidos pela eucaristia, todos nós saibamos testemunhar o amor aos nossos irmãos e irmãs”, disse.
Antes de iniciar o lava-pés, o pároco ainda refletiu sobre a Campanha da Fraternidade: “É o amor que transforma, denuncia e anuncia; que nos faz humanos, capazes de lutar por uma educação integral, que promova a construção de pontes e não de muros, da paz e não da guerra; uma educação que nos ensine a conviver com as diferenças e a respeitar o outro, valorizando os dons que cada um possui. A educação de qualidade é compromisso das famílias e das escolas. Todos têm a responsabilidade de ensinar com amor e sabedoria”, concluiu.
Ao final da missa, o Santíssimo foi levado em procissão até sua capela, onde ficou exposto para adoração até a meia-noite.
Veja mais fotos aqui.