Publicado em: 25/08/2023 20:00:00
No encontro o pároco destacou que os Ministros da Palavra devem conhecer bem a Palavra de Deus, que é pão que alimenta o povo em sua caminhada. “Quando afrouxamos na reflexão da Palavra, nos enfraquecemos diante das dificuldades. É preciso ter disciplina na leitura orante da Bíblia”, disse.
O pároco destacou que as celebrações litúrgicas são sacramentos e a liturgia é o lugar privilegiado para ouvir a Palavra de Deus: “Às vezes, a celebração é o único lugar onde a pessoa ouve a Palavra. Por isso, as celebrações devem ser bem preparadas. Devemos desenvolver a capacidade de improvisar, mas não devemos improvisar; é preciso preparo”, defendeu.
“Cada comunidade deve ser Casa da Palavra, pois pela Palavra Cristo se faz presente. Toda parte da celebração tem a Palavra explícita ou é inspirada nela”, pontuou. Explicou que o único sacramento onde não há proclamação da Palavra é a confissão individual. Todos os demais sacramentos têm seu sentido e origem na Palavra.
Destacou que quem vai proclamar a Palavra deve praticar a leitura várias vezes e se preparar adequadamente. Também prestar atenção se não há palavras de pronúncia desconhecida. Deve pronunciar bem, com ênfase e entonação adequada.
“É Cristo que fala através de mim e é o Espírito Santo que torna a Palavra operante no coração dos fiéis. É o Espírito Santo que opera. Aí está a importância de dar o melhor de mim para que a Palavra chegue ao coração do outro”, acentuou.
Esclareceu que a Missa e a Celebração da Palavra se centram no Ministério Pascal (paixão, morte e ressurreição de Cristo) e em torno desse mistério, celebra-se toda a história da salvação.
“A Palavra é alimento e, por isso, deve ser saboreada sempre”, acentuou. Também motivou os ministros a celebrarem com as famílias em suas casas, sem a distribuição da eucaristia. “A Palavra em si é alimento”, reforçou.
Pe Geraldo explicou que a celebração é como a caminhada dos discípulos de Emaús (Lc 24, 13-35), pois mostra o vínculo entre a escuta da Palavra e a Eucaristia. “Jesus recorda com eles toda a história do povo de Deus. A escuta da Palavra faz o coração arder e eles reconhecem Jesus na fração do pão. A partir daí se põem a caminho. Assim, toda celebração deveria fazer o coração da assembleia arder”, disse.
Também discutiu o caráter performativo da Palavra, na medida em que a linguagem é compreendida como ação. Por exemplo, quando o padre diz ‘eu te batizo’, ‘eu te perdoo’ ou ‘eu vos declaro marido e mulher’, o que é dito não são apenas palavras, mas realizam atos. No momento em que são ditas se tornam realidade. “Assim é com a Palavra de Deus. Não há diferença entre o que Deus diz ou faz. Ou seja, a Palavra realiza o que diz”, ponderou.
Posteriormente citou São Jerônimo que se questionava: “Se cair uma migalha da comunhão sentimo-nos perdidos. Se estamos a escutar a Palavra e nos distraímos, não incorremos no mesmo erro?”.
Em seguida, explicou que a homilia deve atualizar as escrituras na vida da comunidade e que, ao se preparar para a celebração, o dirigente deve se organizar procurando responder as seguintes perguntas: O que dizem as leituras? O que elas me dizem? O que devo dizer à comunidade, a partir das leituras?
Por fim, avaliou a importância das pausas para silêncio e reflexão durante a liturgia: “Às vezes, a Palavra pode ser pronunciada e ouvida apenas no silêncio”, disse. “Só no silêncio a Palavra encontra morada em nós. Quando falo menos, escuto mais a Deus”, concluiu.