Publicado em: 29/03/2024 19:26:00
Na Quinta-feira Santa tem início o Tríduo Pascal, a preparação para a grande celebração da Páscoa, a vitória de Jesus Cristo sobre o pecado, o sofrimento e a morte. Na paróquia São João Batista, em Viçosa MG, a missa com a cerimônia do Lava-pés foi celebrada, pelo Pároco, Pe Geraldo Martins, às 19h, na Igreja São João Batista.
Durante a homilia, Pe Geraldo destacou que Cristo passou pelo mundo só fazendo o bem e, antes de se despedir dos seus, deixou-lhes um presente que é a razão de ser da Igreja e de todo Cristão: a Eucaristia. Para que ela jamais falte a seu povo, instituiu o sacerdócio ministerial que se inspira no próprio Cristo, o eterno sacerdote.
De acordo com os textos bíblicos, ao lavar os pés dos apóstolos, Jesus explica que os seus seguidores também devem fazer o mesmo. “Penso que a gente deve começar em casa. Marido e esposa devem lavar os pés uns dos outros, sabendo ouvir, dialogar e perdoar. Duas pessoas que se casam por amor devem aprender a resolver os problemas por meio do diálogo. Lavar os pés significa que, de fato, um deve viver o amor em função do outro”, disse Pe Geraldo.
“Os pais são convidados a lavar os pés dos seus filhos e os filhos dos pais, um respeitando o outro, sabendo que as nossas diferenças são riquezas. Ninguém deve se impor ao outro, rejeitando o outro, mas tendo compreensão, sobretudo quando o outro se desviar do caminho de Deus”, defendeu.
O pároco enfatizou que o lava-pés também ser vivenciado no ambiente de trabalho, nas relações sociais, cada um respeitando o jeito de ser do outro. “Lavar os pés dos empobrecidos, uma vez que o pobre é vítima de uma sociedade desigual, injusta e opressora; vítima de um sistema que valoriza quem tem e despreza quem não tem”, sublinhou.
“Precisamos lavar os pés das pessoas em situação de rua, dos encarcerados, como fez o Papa Francisco. Lavar os pés das crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência; lavar os pés dos que são discriminados por causa da sua orientação sexual, por causa da sua etnia, como os negros os indígenas. Lavar os pés de todos que a sociedade considera escória da humanidade”, asseverou.
Pe Geraldo pontuou que a Eucaristia é, antes de tudo, um serviço que nasce do amor que lava os pés dos irmãos. Sublinhou que a Eucaristia é mais do que um ato de receber o corpo e sangue de Jesus: “Há muita gente que comunga o corpo e o sangue de Cristo, mas não comunga os valores de Jesus, sua identificação com os pobres e pequenos. Não comunga a sua luta pela justiça, sua prática de perdão”, reforçou.
Também disse que a Eucaristia que não transforma a pessoa em Cristo para o outro é mentirosa. “A Eucaristia tem que me transformar, em favor do meu irmão. Todos nós somos chamados a exercer o sacerdócio do serviço. Que Deus nos dê a graça de celebrar sempre a Eucaristia com esse compromisso de amar até o fim, lavando os pés de nossos irmãos e irmãs, servindo como Jesus o fez”, concluiu.
Encerrada a santa missa, o Santíssimo foi levado em procissão para sua capela, onde permaneceu exposto para adoração até a meia-noite.