Publicado em: 08/04/2023 10:18:00
Carregando uma grande cruz de madeira, homens, mulheres, jovens e crianças participaram da Via-Sacra que teve início no Bairro Amoras (Capela Nossa Senhora Aparecida) e foi concluída no no PSF da Barrinha/Cidade Nova. Seguindo a Campanha da Fraternidade, que tem por tema o combate à fome no Brasil, a Via-Sacra teve por objetivo refazer os passos de Jesus a caminho do Calvário, refletindo sobre o seu sofrimento, bem como o de tantos irmãos que lutam contra as doenças, a miséria, a fome e a desigualdade.
Ao final da caminhada, o pároco, padre Geraldo Martins, enfatizou que todos devem se comprometer, verdadeiramente, com o combate à fome, o que implica também em lutar por acesso a alimentos de qualidade, com os nutrientes necessários e sem agrotóxicos. Lamentou que as leis brasileiras permitam o uso de muitos defensivos agrícolas (venenos) que são proibidos em outros países.
Também motivou os fiéis a evitarem o desperdício em casa e produzirem alimentos sem venenos, abolindo, por exemplo, o uso de herbicidas como o Roundup, que destroem o mato, mas contaminam o solo e a água. Incentivou a produção de hortas domésticas e comunitárias e sugeriu que os mercados doem alimentos que estão próximos da data de validade a pessoas carentes. A caminhada foi concluída com a oração da Campanha da Fraternidade e a bênção do pároco.
Às 15h, na Igreja de São João Batista, teve início a Ação Litúrgica de celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. Realizada sempre nesse horário em todo o mundo, a Ação Litúrgica possui três partes: Liyurgia da Palavra, Adoração da Cruz e Comunhão.
Após as leituras, padre Geraldo explicou que a cruz era instrumento de morte para os ímpios. Portanto, ao receber a cruz, Jesus assumiu a condição de criminoso. “Ele faz isso em nosso lugar, para nos salvar e libertar. Ele pagou um alto preço por assumir a condição humana e pagar a nossa dívida”, disse.
“A cruz não foi buscada por Jesus. Ela é consequência de sua missão, do seu compromisso de fidelidade ao Pai. Deus nunca prometeu que não teríamos provações, sofrimentos e dificuldades. Mas prometeu que jamais desampararia aqueles que o invocassem. Jesus enfrentou a dor e a cruz, consciente de que Deus jamais abandona seus filhos”, pontuou.
Refletindo sobre as leituras, o celebrante chamou a atenção para a coragem de Jesus ao assumir seu compromisso de salvar a humanidade: “Essa é a coragem que também devemos pedir ao Cristo, diante das cruzes que, às vezes, encontramos”, afirmou.
Sobre o julgamento de Cristo observou: “Peçamos a graça de não fecharmos nosso coração quando Deus se apresenta a nós, como aconteceu com Pilatos. Deus vai se revelando a nós e a gente se fecha a seus sinais. Afirmamos que acreditamos que Jesus é o Rei, mas, às vezes, agimos de forma contrária”, sublinhou.
“Hoje, nos crucificados da história, de que Jesus tem sede?” questionou. “Jesus tem sede de que os pobres tenham seus direitos respeitados, de que não haja mais violência. Ele tem sede de paz, amor, perdão e solidariedade. Por fim, quando diz ‘Tudo Está Consumado’ revela total confiança no Pai, na certeza de ter cumprido sua missão”, defendeu.
Após a homilia, foi feita a Oração Universal, quando a Igreja pede pela salvação da humanidade. Em seguida, o pároco dirigiu-se à porta central da igreja para apresentar a cruz aos fiéis. Na celebração da Paixão do Senhor, não há Liturgia Sacramental. É distribuída a comunhão eucarística com as hóstias consagradas na Quinta-feira Santa. O silêncio permanece até o sábado quando Jesus é proclamado Ressuscitado dentre os mortos.
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