Paróquia São João Batista

Na paixão de Cristo compreendemos o que significa amar sem medidas. Deus ama tanto a humanidade que entrega seu filho por ela. E o amor do filho também é incomensurável, pois ele aceita o sacrifício proposto pelo Pai e morre na cruz para salvação de todos. A Paixão deve, então, ser vivida não em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante do mistério da morte do Senhor, que, ao morrer e ressuscitar garante a vida eterna para todos.

Carregando uma grande cruz de madeira, homens, mulheres e crianças participaram da Via-Sacra que teve início na igreja São João Batista e foi concluída na entrada do Bairro Júlia Molá. Seguindo a Campanha da Fraternidade que tem por tema a promoção da Amizade Social, “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt. 23, 8), a Via sacra refez os passos de Jesus a caminho do Calvário, refletindo sobre o seu sofrimento, bem como o de tantos irmãos e irmãs que lutam contra doenças, violência e desigualdade social.

Às 15h, na Igreja de São João Batista, foi realizada a Ação Litúrgica de Celebração da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. A ação possui três partes: Leitura da Palavra,  Adoração da Cruz e Comunhão. 

Após as leituras, o pároco, Padre Geraldo Martins explicou que a Paixão de Cristo narrada pelo Evangelista João coloca Jesus em um jardim com seus discípulos. Também depois de sua morte, seu corpo é depositado em um túmulo novo em um jardim. “Esses jardins nos recordam o Éden que foi perdido com o pecado. Por meio de sua morte na cruz e ressurreição, Jesus nos resgata o jardim, o paraíso”, disse.

Em seguida pontuou que quando é procurado pelos guardas Jesus responde “sou eu”. O pároco destaca que essa afirmação é citada várias vezes nos Evangelhos: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, “eu sou a videira”, “eu sou o pão da vida”. “Esse ‘eu sou’ é extremamente teológico e nos remete ao diálogo com Moisés quando Deus diz a ele: ‘diga que “eu sou’ o enviou’. Com essa expressão 'eu sou' ou 'sou eu', Jesus confirma sua divindade”, observou.

Pe Geraldo convidou a olhar para cruz como sinal de salvação. “Hoje há muitas dores em nosso mundo, mas nem todas as cruzes que carregamos são de Cristo. O mundo sofre com as guerras, a violação de direitos humanos, as desigualdades sociais e tantas formas de violência. Ainda recentemente. mais um jovem assassinato em nossa cidade. É a Paixão de Cristo que vai se prolongando na paixão humana. Que voltados para a cruz de Cristo, instrumento de nossa salvação, trabalhemos para reduzir a dor, a tristeza e o sofrimento que vêm da maldade humana”, concluiu.

Após a homilia, foi feita a Oração Universal, quando a Igreja intercede pela salvação da humanidade. Em seguida, o pároco dirigiu-se à porta central da igreja para realizar a apresentação da cruz aos fiéis. Na celebração da Paixão do Senhor, não há realização da Liturgia Sacramental. É realizado o rito da comunhão com as hóstias que foram consagradas na Quinta-feira Santa. O silêncio permanece até o sábado quando Jesus é proclamado Ressuscitado dentre os mortos.

 

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