Pe. Geraldo Martins

A alegria de anunciar o evangelho

A missão mexe com a comunidade inteira. Conduzida pelo Espírito Santo, produz inúmeros frutos, mas revela também desafios. Um deles é aquilo que Jesus disse: “a messe é grande e poucos os operários”.


No Brasil, a Igreja dedica o mês de outubro às Missões. Especialmente nesse tempo, as comunidades são convocadas a se reunirem para rezar pelas Missões, refletir sobre sua vocação missionária e dar sua contribuição para sustentar a missão, sobretudo, nos lugares em que faltam recursos para manutenção dos missionários e missionárias. 

Em nossa Arquidiocese, vemos com alegria a retomada das Semanas Missionárias que as paróquias vêm realizando neste ano como resposta ao Projeto Arquidiocesano de Evangelização (PAE) que apresenta a ação missionária como um dos quatro pilares que sustentam a comunidade eclesial. 

Centenas de leigos e leigas, juntamente com alguns padres e religiosas, com seu embornal a tira colo, batem de porta em porta, levando às famílias a mensagem de vida e esperança do Evangelho. Os padres vão, especialmente, ao encontro dos mais idosos, dos acamados e enfermos, das pessoas com deficiência, dizendo-lhes uma palavra de conforto e ministrando os sacramentos da unção dos enfermos e da confissão. 

À noite, as comunidades se reúnem para atividades diversas, segundo a preparação de cada paróquia. São celebrações da Eucaristia ou da Palavra, rodas de conversa, atos de piedade popular como reza do terço, adoração, orações marianas. O esforço é de envolver a todos: crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, mulheres e homens. 

A missão mexe com a comunidade inteira. Conduzida pelo Espírito Santo, produz inúmeros frutos, mas revela também desafios. Um deles é aquilo que Jesus disse: “a messe é grande e poucos os operários”. O número insuficiente de missionários/as deixa um ar de frustração por não se conseguir visitar todas as famílias da paróquia.  

Outro desafio é como superar o fechamento de muitos à visita missionária. Não poucos, com as mais variadas desculpas, dizem não aos missionários/as. Entrar nos condomínios e arranha céus também não é fácil.  

As Semanas Missionárias têm se mostrado como tempo de graça. Ela traz à luz inúmeras realidades desconhecidas da própria comunidade, que reclamam resposta urgentes e eficazes. São realidades de pobreza, de pessoas idosas e enfermas que vivem isoladas e abandonadas, de pessoas sem os sacramentos e sem uma vivência assídua da fé. 

Preparando-nos para o Jubileu da Esperança a se realizar no próximo ano, as Semanas Missionários animem nossas comunidades e reavivam seu compromisso de ser uma Igreja sinodal, em saída, de portas abertas, pobre para os pobres.