Publicado em: 27/08/2023 08:14:00
Cristo, vitorioso do pecado e da morte,
vence em nós o egoísmo
e abre-nos ao amor fraterno e ao gesto do lava-pés.
Daqui para a frente, amar a Deus e ser feliz
se identificam com a alegria de dar a vida a todos,
pelo serviço humilde e generoso,
a começar dos mais necessitados.
(Dom Luciano, FSP - 6.4.1996)
“Dom Luciano vive na luta do povo”. Este é um grito que brota espontaneamente nas romarias, manifestações e mobilizações populares, especialmente na Arquidiocese de Mariana, que têm como bandeira a defesa da vida, da dignidade humana, da justiça, da paz e da nossa Casa Comum. Evocar este grito popular na abertura desta minha participação na 6ª Semana Acadêmica Dom Luciano, abordando a “Espiritualidade em Dom Luciano”, antecipa minha compreensão da espiritualidade vivida pelo Servo de Deus cuja memória continua muito viva, não só em nossa Arquidiocese, mas nos mais longínquos rincões deste imenso Brasil.
Permitam-me, a titulo de introdução, antes de falar propriamente da Espiritualidade em Dom Luciano, discorrer, brevemente, sobre o significado de espiritualidade. Sua definição e compreensão torna-se fundamental para percebermos melhor como era a espiritualidade vivida por Dom Luciano e em que ela se diferencia de outras espiritualidades.
1. De que espiritualidade queremos falar
Espiritualidade deriva de espirito. Segundo Casaldáliga e Vigil (1996), é preciso superar o conceito de espírito como sendo oposição a matéria. Para os que assim entendem, “espíritos são seres imateriais, sem corpo, muito diferentes de nós”[2]. Partindo dessa ideia, espiritual é o que não é material, que não tem corpo, levando-nos a dizer que a pessoa é mais ou menos espiritual dependendo de sua preocupação com aquilo que é material.
Estes conceitos que opõem espírito e espiritualidade ao que material e corporal, na opinião destes autores, vêm da cultura grega, mas se recorrermos a outras culturas, inclusive a hebraica em cuja língua foi escrita a maior parte da bíblia, “espírito não se opõe à matéria, nem ao corpo, nem à maldade (destruição); opõe-se à carne, à morte (a fragilidade do que está destinado à morte); opõe-se à lei (a imposição, o medo, o castigo)”[3].
No hebraico, espírito é traduzido por ruah, palavra feminina que significa vento, “ligeiro, potente, envolvente, impredizível”. “É como o hálito da respiração: quem não respira, está morto”[4]. Assim, “o espirito de uma pessoa é o mais profundo de seu próprio ser: suas motivações últimas, seu ideal, sua utopia, sua paixão, a mística pela qual vive e luta e com a qual contagia os outros”[5]
Tendo isso como pressuposto, podemos definir a espiritualidade como sendo “uma motivação que impregna os projetos e compromissos de vida..., a motivação e mística que embebem e inspiram o compromisso..., a motivação do espírito. Por isso, falar de motivações é falar de mística, de espiritualidade”[6]. Espiritualidade, portanto, está ligada às motivações de cada pessoa, diria, às suas paixões, à sua opção fundamental. Há aqueles que têm paixão pelo bem e há os que têm paixão pelo mal. Existem, então, muitas espiritualidades, algumas para o bem e outras para o mal.
A espiritualidade cristã nos coloca no caminho de Jesus Cristo, buscando fazer nossas as suas motivações, suas causas, de tal forma que “se a espiritualidade do seguimento de Jesus merece o nome de espiritualidade é poque satisfaz a definição de espiritualidade que demos acima, ou seja, por que é motivação, impulso, utopia, causa pela qual vale a pena viver e lutar”[7].
Falamos, dessa forma, de uma espiritualidade da libertação que bebe na fonte da encarnação. Esta espiritualidade nos lança no cotidiano do humano e do mundo, ao mesmo tempo em que nos faz comprometidos com as “alegrias e esperanças, tristezas e angústias” de todo ser humano, sobretudo, “dos pobres e de todos aqueles que sofrem”[8].
Com o cardeal Tolentino, podemos, também, afirmar que “a verdadeira espiritualidade é uma dinâmica de ponte, é habitar o fluir, é não interromper, é uma vida que caminha de margem a margem, é habitar o mistério, habitar o ‘entre’, porque é o ‘entre’ que nos faz viver, o ‘entre’ é o lugar da passagem da vida, de nós próprios, é o lugar da passagem de Deus”[9]
2. A espiritualidade em Dom Luciano
Todos que conviveram com Dom Luciano ou leram algo a seu respeito, a partir do que vimos acima, não terão dúvida em afirmar que ele era um homem de muita espiritualidade. Mais que isso, que sua espiritualidade era visceralmente cristã, levando-o a identificar-se com Jesus na paixão pela vida, pelo pobre, pela justiça, pelo Reino. Tudo em Dom Luciano transpirava compromisso com as causas do Evangelho – a vida, a justiça, a solidariedade, o amor, a esperança. Vivia intensamente uma espiritualidade da libertação que o impulsionava a ir ao encontro do outro para servir no amor.
Paixão por Jesus
Seu lema episcopal – In nomine Iesu – traduzia sua primeira e maior paixão: Jesus Cristo. Tudo em Dom Luciano era centrado em Jesus Cristo ao qual procurou configurar sua vida e seu ministério. Desta paixão pelo Cristo derivam suas duas outras paixões: pela Igreja e pelos pobres. Estas três paixões, diria, são a marca de sua espiritualidade. Todo seu agir refletia seu compromisso com Jesus Cristo, com a Igreja e com os pobres.
A Companhia de Jesus, para além de sua família, primeira fonte de sua espiritualidade, foi determinante para que Dom Luciano assumisse esta espiritualidade da libertação que tem a marca do despojamento e do compromisso com o outro e o outro pobre. Comprova-o o testemunho do padre Melchert ao relatar a primeira experiência de Dom Luciano no seu primeiro mês dos Exercícios Espirituais, como noviço, aos 17 anos. “Entrou um jovem rico, saiu um jovem pobre. Entrou um jovem cortejado, saiu um jovem serviçal. Foram os Exercícios Espirituais de Santo Inácio, feitos quando ele ainda tinha 17 anos, que transformaram o noviço Irmão Luciano Mendes de Almeida no mais pobre dos servos e no mais servo dos pobres. Foi naquele momento, um ano e meio antes dos votos religiosos, que o Irmão Luciano fez um voto pessoal de despojamento de todos os bens terrenos e de total esquecimento de si mesmo em prol do amor ao próximo, principalmente aos mais carentes e abandonados”[10].
Inevitável ver aqui uma semelhança de Dom Luciano com grandes santos como Francisco de Assis e Charles de Foucauld, por exemplo, que, extasiados pelo mistério da encarnação, fizeram do aniquilamento, da kénosis, seu caminho de vida e de fé. Com Jesus, Dom Luciano aprende a servir por amor, esquecendo-se de si, vivendo para o outro, colocando-se sempre em último lugar, ainda que fosse o foco das atenções nos incontáveis compromissos que assumia. Era como o sal e a luz de que fala o Evangelho – cumpria sua função sem aparecer, levando todos, por sua obra, a glorificar o Pai que está nos céus (cf. Mt 5,16).
Paixão pela Igreja
Seu amor à Igreja é testemunhado por todo lugar por onde passou e pelas funções que exerceu, seja na Companhia de Jesus, seja, posteriormente, como bispo, verdadeiramente, sucessor dos apóstolos. Ele próprio coloca o amor à Igreja como sua primeira marca de jesuíta. “A primeira marca (do que significa para ele ser jesuíta) é o amor à Igreja, é a vontade de servir na Igreja, especialmente, segundo a mística da espiritualidade inaciana, dentro de uma grande disponibilidade”[11].
Dom Luciano amou profundamente a Igreja e a serviu de forma fidelíssima. Como sofria com as fraquezas da Igreja! Tinha a clareza de que lado a Igreja deveria estar nos grandes dramas humanos e não tergiversou nos momentos em que a profecia exigia posturas firmes que fizessem valer a lógica do evangelho. Era incapaz de falar mal da Igreja ainda que dela própria lhe viessem algum sofrimento por incompreensões. Atesta-o seu amigo e irmão de Congregação, o teólogo João Batista Libânio ao falar dos inúmeros cargos que Dom Luciano exerceu na hierarquia da Igreja:
"Com esses mesmos cargos, conheceu os corredores das instituições eclesiásticas romanas. Nem sempre acolhedoras, porque não conseguiam entender a evangelicidade de bispo tão despojado, tão sem pompas, tão desprovido dos manejos curiais. Não usava a linguagem da bajulação, dos rodeios burocráticos, mas da humildade simples, da verdade direta. Sobre esse campo, pesa enorme silêncio do homem de fé, de caridade, de respeito às autoridades eclesiásticas. De seus lábios, nunca sairão as narrações das horas sofridas, das humilhações, das postergações, dos silêncios hostis. Diante das incompreensões por parte de Roma, preferiu o silêncio, a oração, o respeito obediente, o perdão. Nunca a crítica, a denúncia pública. Profeta a seu modo, no escondimento"[12].
Paixão pelos pobres
A terceira paixão de Dom Luciano eram os pobres. Não nos admira, portanto, que uma de suas últimas palavras antes de fazer sua páscoa definitiva tenha sido: “não se esqueçam dos pobres”. A defesa dos pobres não era uma retórica em Dom Luciano. Ele, verdadeiramente, se identificou com os pobres, fazendo-se, ele próprio, pobre e assumindo, em primeira pessoa, a causa dos pobres. Segundo testemunho do padre Antônio Abreu, igualmente jesuíta, dom Luciano disse, certa vez, nos retiros inacianos:
"Se não tiverem tempo para as grandes e importantes tarefas que a Igreja e a Companhia de Jesus confiar a vocês; se não tiverem tempo para uma velha chata, uma criança assustada, para um religioso escrupuloso ou para um pobre envergonhado ou para um pobre ‘cara de pau’; se você não tiver tempo para essas pessoas, então você tem, seguramente, uma vocação intelectual, mas você não tem uma vocação para a Companhia de Jesus"[13]
A paixão de Dom Luciano pelo serviço aos pobres vem do exemplo de Cristo ao lavar os pés de seus discípulos. Dom Luciano dizia que devíamos fazer parte do “Sindicato dos lavadores de pés” e não se cansava de afirmar que a estola usada pelos ministros ordenados simboliza a toalha que Jesus usou para enxugar os pés de seus discípulos.
Em Dom Luciano, a caridade se traduzia na sua luta pela justiça e pelos direitos humanos e na defesa da vida e da dignidade dos empobrecidos. Ele próprio dá a razão desta caridade que age em favor do outro a partir de sua necessidade
"Muitos procuram a justiça e a solidariedade. Graças a Deus! Mas só nós cristãos podemos fundamentar adequadamente a fraternidade. Sua raiz é a certeza que Jesus nos dá de que Deus é nosso Pai, Pai de todos os homens. Em seu amor infinito ama a todos, e a todos confere a mesma dignidade. É por isso que somos irmãos, destinados a construir uma sociedade fraterna. É esse amor cristão que nos dá foça para vencer o egoísmo e animar as formas fraternas de convivência e partilha, que anunciam nesta terra o Reino de Deus"[14]
Alimento da espiritualidade
Poderíamos, talvez, nos perguntar como Dom Luciano alimentava esta sua espiritualidade tão encarnada e libertadora. Antes de tudo na sua intimidade com Deus por meio da oração que aprendera com a mãe e aprofundou na Companhia de Jesus. Ele mesmo é quem vai dizer, segundo Libânio:
"Esse mestre da vida espiritual confessa que encontrou em sua mãe “a primeira descoberta teológica”. “Minha mãe, pelo olhar e pelo exemplo, me transmitiu, bem como a meu pai e a meus irmãos, a fé em Deus e a certeza de que Ele nos ama. Desde cedo, aprendia rezar o ‘Pai Nosso’ e a ‘Ave Maria’ e a conhecer a infinita misericórdia de Deus, que nos enviou seu filho, Jesus Cristo, para nos salvar do pecado, ensinar-nos a amar e a fazer o bem”. E acrescenta a belíssima confidência: “No mais profundo da consciência, nunca senti o vazio nem a escuridão. Deus sempre estava presente, confidente de todas as horas, sustentando a esperança e dando a paz"[15]
Para Dom Luciano a segunda marca do ser jesuíta é “uma espiritualidade muito forte na linha da oração”[16]. Ele jamais negligenciou a Liturgia das Horas e o terço. Quem teve o privilégio de viajar com ele, certamente o acompanhou nessas orações – liturgia das horas ou terço - em meio aos solavancos dos carros nas estradas encurvadas e esburacadas destes 22 mil quilômetros quadrados de nossa extensa Arquidiocese que jamais o intimidaram.
A oração de Dom Luciano por excelência, no entanto, era a Eucaristia sobre a qual tem profundas reflexões. Aliás, quis a providência divina, que sua última conferência antes de sua páscoa fosse exatamente sobre a eucaristia, no Congresso Eucarístico de Florianópolis. Falou sobre a Eucaristia e a transformação da sociedade. Dessa conferência, quatro pensamentos nos ajudam a entender a compreensão que Dom Luciano tinha da Eucaristia.
"O fruto primeiro da comunhão com Jesus na Eucaristia é o amor oblativo que deverá ser a norma de vida dos discípulos. ‘Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei’ (Jo 13,35). Para Jesus, amar é dar a vida por nós. Entrar em comunhão com Cristo na Eucaristia é deixar-se possuir pelo seu dinamismo de amor e aprender com Jesus a dar a vida pelos irmãos.
A Eucaristia apresenta-se como a força renovadora da sociedade, enquanto vai nos ajudar, pela vivência do amor, a enfrentar os desafios que minam e destroem a convivência humana
A lição da Eucaristia vale para nós, cristãos, que ainda não aprendemos a assumir o dever da caridade e, por isso, somos corresponsáveis pela fome e miséria de nossos rimãos e irmãs. Cada celebração da eucaristia deveria nos questionar diante de Deus e levar-nos a partir o pão com os irmãos.
A força da Eucaristia deve nos impulsionar par atitudes mais abrangentes e procurar transforma a sociedade por meio de leis e políticas públicas que modifiquem o sistema de acumulação doentia de bens, aumentando a riqueza de poucos e segregando cada vez mais os pobres. A Eucaristia deveria unir a comunidade a serviço dos mais pobres e habilitar os cristãos a contribuir para leis e medidas que garantam vida digna par todo: trabalho, salário justo e moradia"[17].
Para Dom Luciano, eucaristia é cristificar nossas ações em favor do outro, particularmente, do que sofre e vive em condições indignas. Ela deve nos colocar em comunhão com Cristo, o que significa assumir como nossas as causas do Reino tal como fez Jesus. Toda a vida de Jesus foi uma comunhão com Cristo, o tempo todo. Dai ser um homem universal. O que o movia era a causa da justiça, da dignidade humana, dos direitos, do amor, do perdão, da reconciliação, da cura, da atenção ao outro. A todos que o procuravam, perguntava: “Em que posso ajudar?” Não se tratava de mera formalidade. Ele era inteiro para a outra pessoa e a considerava em sua singularidade, empenhando todo esforço para ajudá-la. Como uma vela, ele se consumia em favor do outro. Compreendemos, assim, sua afirmação por ocasião de seu jubileu de prata episcopal: “Não sei se vocês já viram um homem feliz. Eu sou!”.
Observa, no entanto, Libânio: “Mas se colocamos num dos braços da balança a alegria, a festa, a felicidade, o gozo e no outro o sofrimento das pessoas, a cruz do Senhor, a miséria humana, a compaixão com a dor alheia, na vida de D. Luciano esse segundo braço pesaria muito mais. Não é porque não valorize a bondade e a gratuidade de Deus em oferecer-nos alegria e prazer, mas porque sente certo pudor de mostrar um rosto de Páscoa quando a maioria das pessoas vive em permanente sexta-feira santa[18].
Outra fonte que alimenta a espiritualidade de Dom Luciano é a piedade popular com destaque para sua devoção a Maria sobre a qual tem inúmeros textos e reflexões. Nutria particular afeto a Nossa Senhora Aparecida sobre a qual escreveu em 1998
"Aparecida é uma escola de fraternidade, semente de solidariedade e partilha. Diante das graves injustiças sociais de nossa pátria, temos que reconhecer nossa culpa e assumir o compromisso de construir uma nação justa e fraterna. Honrar a mãe de Deus e nossa é empenhar-se por uma ordem social e política, em que todos tenham vida digna. As transformações sociais de que precisa o Brasil devem ser o fruto do amor que leva à coerência entre fé e vida cristã" (Dom Luciano – FSP 10/12/98).
Deixou-nos, ainda, uma belíssima oração a Nossa Senhora Aparecida
Ó Maria, Mãe querida e Senhora Aparecida,
acolhei vossos filhos e filhas
que recorrem à vossa bondade e intercessão.
Nós vos amamos e louvamos,
agradecendo a Deus a beleza do vosso ‘sim’ à missão de vosso Filho.
Ensinai-nos a amar Jesus e a crescer na fé,
reconhecendo-o nosso Mestre e Salvador,
que vence o pecado e a morte
e nos reconcilia entre nós e com o Pai.
Ó Maria, discípula predileta de Jesus,
ajudai-nos a compreender
e viver com alegria a nossa missão eclesial,
a serviço do próximo,
a começar dos mais necessitados,
anunciando e construindo o Reino de justiça, amor, perdão e paz.
Abençoai a cada um de nós, vossos filhos e filhas,
nossas famílias e nossas comunidades.
Aceitai a consagração ao vosso Imaculado Coração
de nossas vidas e de toda a Arquidiocese de Mariana
que vos ama, venera e se alegra com a vossa maternal proteção.
Fazei-nos seguir, com renovado ardor e fidelidade,
a Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.
Amém![19]
Resumindo
Ao finalizar esta breve apresentação, fica claro que, em Dom Luciano, a espiritualidade que o marca e define é a espiritualidade da encarnação e da libertação, entendida como aquilo que constitui a razão de seu viver. Falamos, então, de três razões ou paixões que se interpenetram e se identificam: Jesus Cristo, a Igreja e os Pobres. Toda a vida de Dom Luciano se movimentou nesse tripé. Daí decorre sua vida de oração, sua fidelidade ao ministério, sua caridade inimitável e seu compromisso político com uma nova ordem social.
Entendo que o próprio Dom Luciano revela este tripé de sua espiritualidade nesta oração que nos legou
Senhor Jesus,
não vos pedimos que nos livreis das provações,
mas que nos concedais a força do vosso Espírito
para superá-las em bem da Igreja.
A certeza de vosso amor nos renova cada dia.
A alegria de servir aos irmãos é nossa melhor recompensa.
Ensinai-nos, a exemplo de nossa Mãe, a repetir sempre sim
no cumprimento da vontade do Pai.
Amém![20]
A Dom Luciano aplicam-se estas palavras do Cardeal Tolentino: “A experiência espiritual é uma experiência de abertura, transfronteiriça, onde aprendemos a não temer o vazio, a indeterminação. A atitude espiritual mais importante é a atenção, como disponibilidade para se deixar tocar e surpreender, pelo que é a epifania do ser, pela capacidade da realidade se tornar significativa”[21]. Dom Luciano viveu isso. Era um homem eminentemente espiritual, por isso, continua vivo na luta do povo, na memória da Igreja, no coração de quem teve a graça de amá-lo e por ele ser amado e servido.
Notas
[1] Texto apresentado na 6ª Semana Acadêmica Dom Luciano, promovida pela Faculdade Dom Luciano Mendes, em 24.8.2023
[2] CASALDÁLIGA, Pedro e VIGIL, José Maria. Espiritualidade da Libertação. Petrópolis, Vozes, 1996, p. 21.
[3] Idem, p. 21
[4] Idem, p. 22.
[5] Idem, p. 22
[6] S. GALILEA. El camino de la espiritualidade. Bogotá, Paulinas, 1985. In op. Cit p. 22, Nota 3
[7] Idem, p. 28
[8] GS, 1
[9] Cardeal José Tolentino Mendonça. Discurso na 16ª Jornada Mundial da Cultura. In. : https://www.ihu.unisinos.br/categorias/619067-cardeal-jose-tolentino-mendonca-viver-a-espiritualidade-da-condicao-precaria-convida-a-habitar-o-entre-e-a-caminhar-de-margem-em-margem
[10] SIMÕES, Irmã Neusa Quirino. “Em nome de Jesus”, passou fazendo o bem. São Paulo, Loyola, 2009, p. 32.
[11] Idem, p. 35
[12] LIBANIO, João Batista. Laudatio in honorem DD. Luciano.
https://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/perspectiva/article/view/266/496.
[13] ASSIS, Margaria Drumond. Dom Luciano, Especial Dom de Deus. Rio de Janeiro, EDUCAM, 2010, p. 107
[14] ALMEIDA, L.P. Mendes. Jesus Cristo Luz da vida, p. 54. In.: LEÃO, Darci Fernandes. Caridade e Justiça em Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida. Belo Horizonte, O Lutador e Dom Viçoso, 2017, p.178
[15] LIBANIO, João Batista. Op. Cit.
[16] SIMÕES, Irmã Neusa Quirino. Op. Cit. p. 35.
[17] Idem, pp 98, 101, 102.
[18] LIBANIO, João Batista. Op. Cit
[19] Arquidiocese de Mariana. Caminhando com Maria – Peregrinação da imagem de Nossa Senhora Aparecida, 2014-2017. Mariana. Editora Dom Viçoso. 2014, pe. 86
[20] LEÃO, Darci Fernandes, op. Cit. p. 189
[21] Cardeal José Tolentino Mendonça. Op. Cit