Pe. Geraldo Martins

Animados pela esperança

"Movidos pela fé, os cristãos agimos ancorados na confiança no Deus da vida que nos acompanha em nossos projetos, nos fortalece em nossas ações e nos protege em nossos caminhos".


A chegada de um novo ano é motivo de alegria e esperança. Mesmo os pessimistas e fatalistas acabam se rendendo, ainda que sem muita convicção, ao clima de expectativa que envolve as festas, os discursos e os planos para o ano que se inicia. São muitos os que se penitenciam pelos fracassos do ano que termina e refazem propósitos para o que chega. Isso é que nos mantém vivos e animados, sempre prontos para a luta do dia a dia.

Movidos pela fé, os cristãos agimos ancorados na confiança no Deus da vida que nos acompanha em nossos projetos, nos fortalece em nossas ações e nos protege em nossos caminhos. Contraditoriamente, há muitos cristãos que perderam o ânimo e ficam indiferentes ao nascer de um novo ano. Não são realistas, mas, pessimistas, derrotistas.

Aos que, por muitas razões, seguem essa trilha, aconselha-se ouvir esta palavra do Papa Francisco: “Uma das tentações mais sérias que sufoca o fervor e a ousadia é a sensação de derrota que nos transforma em pessimistas lamurientos e desencantados com cara de vinagre. Ninguém pode empreender uma luta, se de antemão não está plenamente confiado no triunfo. Quem começa sem confiança, perdeu de antemão metade da batalha e enterra os seus talentos” (EG, 85). 

Cada pessoa traz e elege as motivações que guiarão seus passos no novo ano que se inicia. É preciso ser idealista com os pés no chão. Só a fé e a esperança nos permitem isso. Há, no entanto, horizontes que são comuns a todos e a ninguém é permitida a indiferença nem a omissão.  

É o caso da construção da justiça social e da paz duradoura; da fraternidade universal e da solidariedade libertadora; da “política melhor” e da “amizade social”. O novo que queremos e buscamos neste 2024 há de ser construção coletiva e conquista que brota da fé encarnada naquele Deus que, em Jesus, se fez pobre para nos enriquecer com sua pobreza (cf 2Cor 8,9). Nele depositamos toda a esperança que nunca decepciona (cf. Rm 5,5).