Pe. Geraldo Martins

Combater a fome, um compromisso de todos

"Somos desafiados a implementar ações que eliminem o flagelo da fome de nosso país"


Combater a fome, um compromisso de todos

O texto base da Campanha da Fraternidade traz uma afirmação que deve nos inquietar profundamente. Diz: “No Brasil, a fome não é simplesmente um problema ocasional, é um fenômeno social e coletivo, estrutural, produzido e reproduzido no curso ordinário da sociedade, que normatiza e naturaliza a desigualdade; é um projeto de manutenção da miséria em vista da perpetuação do poder” (TB n. 30).

Todo ser humano tem direito a uma alimentação adequada como esclarece a ONU: “O direito à alimentação adequada é um direito humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, que diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e suficientes, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garantam uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva” (TB n. 36).

Somos, então, desafiados a implementar ações que eliminem o flagelo da fome de nosso país. No nível pessoal, podemos partilhar do pouco que temos, evitar o desperdício de alimentos, colaborar nas campanhas de arrecadação de alimentos, participar dos Conselhos de direitos, participar da Coleta da Solidariedade.

Em nível comunitário, podemos incentivar a produção de alimentos sem agrotóxicos, organizar hortas comunitárias, valorizar a agricultura familiar, realizar uma Semana Social, conhecer a Economia de Francisco e Clara.

Já no âmbito sociopolítico cabem ações como a fiscalização do orçamento público, a organização de grupos de orientação e educação alimentar, a promoção de audiências públicas para discutir a situação da fome no município, a implementação de políticas públicas para erradicar a fome.

São muitas as ações que podemos realizar de forma permanente e não apenas durante a CF. Mova-nos a certeza de que “aqueles que sofrem a miséria não são diferentes de nós. Têm a mesma carne e sangue que nós. Por isso, merecem que uma mão amiga os socorra e ajude, de modo que ninguém seja deixado para trás e, no nosso mundo, a fraternidade tenha direito de cidadania” (Papa Francisco).