Publicado em: 12/06/2021 10:50:00
“Frente às inumeráveis e graves ameaças contra a vida, presentes no mundo contemporâneo, poder-se-ia ficar como que dominado por um sentido de impotência insuperável: jamais o bem poderá ter força para vencer o mal!”.
Estas palavras de São João Paulo II, registradas na encíclica Evangelium Vitae (1995), aplicam-se com toda força à nossa realidade dada à “grave crise sanitária, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia”, pela qual passamos, conforme afirmou a CNBB em sua mensagem ao povo brasileiro no mês de abril.
Consequência dessa crise, a vida é ameaçada pela fome, pela insegurança alimentar, pela violência, pela desigualdade social, pela intolerância, pela discriminação, pelo desemprego, pela falta de moradia e de terra para quem nela quer trabalhar, pela destruição de nossa Casa Comum, pela pobreza, pela miséria e por tantas outras situações que ferem a dignidade da pessoa humana.
Revelando-se o bom pastor, Jesus proclama que veio para que todos tenham vida em abundância (cf. Jo 10,10). Como seus fiéis discípulos, cabe-nos assumir seu projeto e nos colocar ao lado de quem mais sofre os impactos de um sistema que exclui, descarta e mata. Não nos é permitida a indiferença nem a omissão frente à realidade de dor e sofrimento que tem marcado a vida de milhões de irmãos e irmãs.
A luta em defesa da vida ameaçada passa também por um compromisso político que nos obriga a denunciar negacionismos, fundamentalismos, intolerância e toda política que, favorecendo a concentração de renda, faz crescer a riqueza de poucos à custa da pobreza e miséria de milhões.
Neste mês em que festejamos nosso padroeiro, São João Batista, inspirem-nos sua coragem profética e sua radical humildade a fim de nos colocarmos, decididamente, ao lado da vida, cuidando daquela que está mais ameaçada como nos pede a Arquidiocese de Mariana em sua prioridade pastoral para este ano.