Pe. Geraldo Martins

Mês de Nazaré

"Gritar o Evangelho com a vida e exercer o apostolado da bondade resumem o ideal de vida de Foucauld"


 

Participei, durante o mês de janeiro, no Mosteiro da Anunciação, em Goiás-GO, do Mês de Nazaré, um retiro de trinta dias inspirado na vida e no testemunho do Beato Charles de Foucauld, conhecido como Irmão Carlos, o Irmão Universal.

Nascido em Estrasburgo (França), em 1858, Charles de Foucauld perde a fé na adolescência e se torna oficial do exército em sua juventude. Aos 28 anos retorna à fé, passa um tempo em Nazaré e descobre o Jesus encarnado por quem se apaixona e passa a segui-lo numa radicalidade incomum. Ordenado padre aos 43 anos, após uma experiência no mosteiro, Irmão Carlos foi morar no Saara e, mais tarde, no deserto de Tamanrasset, na Argélia, onde viverá até sua morte, em 1916, junto aos tuaregues, povo mulçumano.

Gritar o Evangelho com a vida e exercer o apostolado da bondade resumem o ideal de vida de Foucauld que, dessa forma, inaugura um novo jeito de evangelizar pela presença silenciosa e pelo testemunho. Sua vida era: pobreza, longas horas de oração diante do Santíssimo Sacramento, trabalhos manuais, estudo da palavra e serviço aos pobres.

Em Goiás, éramos um grupo de sete padres que, durante trinta dias, entre trabalhos manuais, silêncio, oração, estudo e partilha de vida, conhecemos melhor a vida de Foucauld e seu grande amor a Jesus Cristo. Mergulhamos no mais profundo do mistério da Encarnação de Jesus que, “em toda a sua vida, não fez mais que descer: descer encarnando-se, descer ao se fazer pequena criança, descer obedecendo, descer ao se fazer pobre, exilado, perseguido, colocando-se todos os dias no último lugar”.  

Na busca de imitar Jesus, com Irmão Carlos devemos dizer: “Não posso, meu Deus, ser rico, estar acomodado, viver tranquilamente de meus bens, quando tu foste pobre, vivendo penosamente de um trabalho duro. Não, eu não posso amar assim”.